Federação dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro reúne Sindicatos filiados para discutir custeio sindical e indicadores econômicos
A Federação dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro reuniu durante todo o dia de hoje (9), em sua sede, em Niterói (RJ), presidentes e representantes dos sindicatos filiados para análise sobre a conjuntura econômica e custeio sindical.
Participaram do encontro os Sindicatos dos Metalúrgicos de Angra dos Reis, Volta Redonda, São Gonçalo, Macaé, Campos, Duas Barras, Teresópolis e Duque de Caxias, além do Sindicato dos Siderúrgicos e diretores da Federação estadual.
O presidente da Federação, Sérgio Barbosa Claudino, ao abrir o encontro, destacou que é fundamental que os dirigentes sindicais estejam bem informados na hora de negociar com os patrões melhorias salariais ou nas condições de trabalho, bem como manutenção de empregos. Da mesma forma, é preciso que os tesoureiros e demais sindicalistas estejam atentos à legislação sobre custeio sindical para evitar surpresas no setor contábil. “Nossa proposta é discutir os desafios e estratégias políticas para um novo tempo e oferecer orientação contábil para que os sindicatos possam organizar suas finanças”, afirmou Sérgio Claudino.
Assim, durante toda a manhã, o técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Altair Garcia, apresentou dados estatísticos e projeções econômicas sobre o comportamento dos preços (INPC), cesta básica, taxa de juros, rotatividade no mercado de trabalho, desempenho dos bancos, balança comercial, produção industrial, utilização da capacidade industrial instalada e participação da indústria de transformação no PIB (Produto Interno Bruto), entre outros temas.
“Hoje, no Rio de Janeiro, a cesta básica para um casal e dois filhos consome 53,86% do salário mínimo. Enquanto países como EUA praticam taxas de juros de 0,50% ou zero, como na União Europeia, no Brasil a taxa é de 14,25%. Nenhum dos países que tem inflação em torno de 7%, como no Brasil, pratica taxa de juros tão alta. Só o mercado especulativo ganha com isso. O empresário não investe em produção, mas em títulos públicos”, demonstrou Altair.
Ao analisar a produção industrial , o técnico do Dieese disse que houve queda de 7,2% do índice de abril com relação ao mesmo mês no ano passado, enquanto a taxa de emprego ficou menor 8,7%. “Nos países emergentes que analisamos, o Brasil é o que apresenta pior desempenho na produção industrial. Precisamos recuperar a indústria, porque, desde 1987 estamos em franco processo de desindustrialização. A participação da indústria de transformação do Brasil no PIB nacional, em 2015, ficou nos 13%. A continuar nesse ritmo , em 2027 será de 0,3%. Não basta só brigar com o patrão para repor a inflação, mas também é preciso lutar contra a alta taxa de juros”, insistiu Altair Garcia.
Segundo ele, o custo médio da mão de obra com encargos, por hora, em dólares, nos EUA, por exemplo, é de 35,64; na Alemanha, 45,89; enquanto, no Brasil, é de 10,54. A rotatividade da mão de obra é de 35% ao ano. “O empregador demite hoje alguém que ganha, em média, R$ 2.650, no Rio de Janeiro, para admitir outro que ganha, em média, R$ 1.900. Sem falar na terceirização, que é outro problema”, completou Altair.
Entre as estimativas apresentadas pelo Dieese para junho de 2016 estão o PIB de – 3,8%; produção industrial de – 5,9%; produção de veículos de – 5,5%; vendas de veículos de – 19% e INPC de 7,18%.
O contador da Federação dos Metalúrgicos RJ, José Ribamar, falou sobre custeio sindical, legislação e orientação contábil para os dirigentes sindicais, enquanto o secretário geral da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos), Pedro Celso Rosa, que acompanhou todo o encontro, disse que a Confederação apoia as Federações em todos os estados. “Estamos discutindo muito a questão da renovação da frota, proposta da CNTM para beneficiar diversos setores da cadeia produtiva e estamos, também, criando redes de trabalhadores pelo país afora, que envolvem confederação, Dieese, sindicatos e centrais sindicais. Já são 16 redes em todo o país. Recentemente, em Resende, promovemos um encontro de montadoras”, informou.
Outra questão que preocupa a todos são os projetos de leis que tramitam no Congresso e ameaçam direitos trabalhistas. “Precisamos estar atentos. Contabilizei, semana passada, 55 PLs que são ameaças a nossos direitos. Uns estão hibernando, outros caminhando. Por isso a CNTM vai distribuir, em breve, um livreto de bolso com quem é quem no Congresso, para que o trabalhador possa cobrar, de quem ele elegeu, sua defesa”, finalizou Pedro Celso.
Por Rose Maria, Assessoria de Imprensa, em 9 de junho de 2016
Foto: Divulgação Federação dos Metalúrgicos RJ
Marcelo Peres
Secretário de Imprensa e Comunicação Força RJ